quarta-feira, janeiro 25, 2006

No Gabão

No momento estou em Libreville, a capital. Ela tem uma certa infra-estrutura, um bom hotel (Le Meridien), etc, mas não tem praticamente edifícios comerciais. As empresas aqui se estabelecem em apartamentos residenciais - então a recepção fica na sala e os escritórios/mesas ficam nos quartos.
A cidade fica à beira do que eles chamam de "estuário", que parece a foz de um rio, que dali vai desembocar no mar depois de alguns quilômetros. A água é escura, então não existem boas praias por aqui. As melhores ficam mais distantes, já no mar aberto (mas ainda não tive oportunidade de conhecer...)

O país tem 1,2 Milhões de habitantes, sendo 500 mil na capital. 10.000 estrangeiros. Colonização francesa. Mais de 80% do país é coberto de florestas tropicais. A economia é baseada no petroleo (a maior parte) e depois na extração de madeira. Tem o mesmo presidente há 39 anos!
Existem cerca de 40 grupos étnicos (o maior deles é o Fang), inclusive com uma pequena população de pigmeus (que vivem no meio da floresta, isolados do resto do mundo). Dentre as grandes etnias existe uma certa rivalidade (tanto que temos que ter cuidado ao contratar empregados para trabalhar em um determinado grupo, para não gerar conflito por serem de etnias diferentes).
Os homens costumam casar com várias mulheres (o que é um sinal de poder). As famílias vivem em geral da caça e agricultura de subsistência. Vemos sempre as mulheres buscando lenha na floresta para cozinhar, carregando tudo em uma espécie de mochila feita de palha. E os homens voltando da caça satisfeitos, mostrando suas conquistas (macacos, veados e outros bichos que não soube identificar) e comemorando a base de "vin de palm", que é uma bebida alcóolica que eles tiram das palmeiras, meio esbranquiçada.

As pessoas utilizam muito os curandeiros, que usam ervas e raízes das florestas para tratar os mais diversos males, inclusive malária (que tem muito por aqui). Mas essas técnicas também são utilizadas para "trabalhos", tipo "voodoo": para recuperar um amor, ou punir alguém que fez algum mal. E já ouvi alguns casos de pessoas que foram alvos de um destes "trabalhos" e morreram em questão de poucas semanas. Ah! E tem também um veneno famoso que eles usam por aqui, feito a base de fígado de pantera!
(por via das dúvidas vou ficar bem longe disso... :-))


Aí está uma foto da primeira vez que vim ao Gabão, em uma estradinha de terra entre Okondjá e Franceville. O pôr-do-sol na África é impressionante...

2 comentários:

Anônimo disse...

Oi, Ana!
Deve estar sendo muito legal conhecer uma cultura tão diferente da nossa!!! Agora vou visitar sempre seu cantinho... dá pra viajar sem sai de casa!! rsrsrs
Quando você vem nos visitar? Não esqueça de mandar um e-mail avisando, tá?

Saudades e beijocas

Anônimo disse...

Oi Aninha!
Parabéns, esse seu estudo quase antropológico da Africa tá demais, muito legal mesmo! Agora sei mais sobre o Gabão que nunca soube na vida.
Se cuida!
Beijos!