domingo, dezembro 24, 2006
Feliz Natal!!!
E muitos presentes! :-)
segunda-feira, dezembro 18, 2006
Goose Bay
Existem 2 grupos aborigines principais que vivem naquela regiao: os Inuits (os famosos esquimos) e os Innus (mais parecidos com indios). Os Inuits ja estao mais adaptados ao convivio com os povos de origem europeia - inclusive chegam a dizer que os contatos deles com os europeus comecou na epoca dos Vickings. Os Innus sao mais isolados, e so recentemente comecaram a viver em comunidades, e ainda enfrentam muitos problemas de adaptacao como alcoolismo, uso de drogas, etc.
Achei interessantissimo esse artesanato feito por esses povos: esculturas feitas com vertebras de baleia - na foto junto com essa pele de urso polar... Pelo tamanho da vertebra, da ate medo pensar em encontrar a baleia inteira!
quinta-feira, dezembro 07, 2006
Convivendo com a neve
Conversando com as pessoas eu vejo como a neve impacta o dia-a-dia das pessoas, e vou descobrindo algumas coisas interessantes:
- 2 vezes por ano você tem que trocar os 4 pneus do carro, já que existem pneus para o verão, e outros para o inverno (hoje andei em um carro que estava ainda com pneus de verão, e foi uma aventura à parte cada parada nos sinais de trânsito deslizando no gelo)
- Se você deixa seu carro parado na rua durante algum tempo, e não lembrar direito onde parou, pode ser que você só vá encontrá-lo no verão depois que a neve derreter!
- Para receber a mesada, no verão os filhos aparam a grama, e no inverno tem que tirar a neve da entrada da garagem (no início do inverno eles gostam porque em geral usam um equipamento elétrico que tira a neve do caminho e joga pro alto e pro lado, mas depois....)
- Não é simples ligar o carro com um tempo assim: você tem que aquecê-lo, e algumas vezes plugar a bateria numa tomada pra ele começar a funcionar... Fora que algumas vezes você não consegue abrir a porta do carro porque fica tudo congelado... Tem que andar com uma escovinha no carro para tirar o gelo do para brisa e conseguir dirigir. Quem tem pick-up fica levando de um lado para outro aquela montanha de neve na caçamba.
- Os carros mais modernos tem aquecimento nos bancos dianteiros - uma maravilha!
- No inverno você tem que levar um kit sobrevivência no carro no caso de ficar preso dentro do carro depois de alguma tempestade de neve: kit com cobertor, comida enlatada, água, etc.
- Muita gente usa skidoos (ou snowmobiles) para se locomover - em alguns lugares é bem mais prático do que sair de carro com a quantidade de neve que tem!
(por falar nisso, estou doida pra experimentar andar em um!) Eles vieram substituir os trenós que eram levados por cachorros (tipo Husky siberiano).
- Quando você vai viajar de avião, algumas vezes eles tem que fazer o "de-icing" (literalmente descongelar a aeronave para conseguir decolar). Se a torre demorar a autorizar a decolagem, acaba tendo que "de-ice" de novo... Fora a neve que fica na pista, que tem que ficar sendo retirada a cada avião que chega ou decola durante uma nevasca..
- Esportes favoritos:
. Hockey (paixão nacional, o futebol dos canadenses...)
. Patinação no gelo e ski na neve
. Ice Fishing - os caras vão para um lago congelado, abrem um buraco no gelo com umas brocas, e ficam lá com uma vara de pescar que na verdade é um pedaço de madeira de uns 30 ou 40 cm com um arame na ponta onde prende a linha (nada de molinetes) - que disposição para ficar congelando esperando o peixe pegar a isca! A vantagem é que ele já vem congelado!
Eu fico imaginando... no Brasil, quando tem aquele dia friozinho dá aquela vontade de ficar de preguiça debaixo do cobertor... imagina se praticamente todos os dias do ano fossem assim, e pra piorar não "friozinho" e sim congelante?
sábado, dezembro 02, 2006
Flurries
Segundo dizem, não há um floco de neve igual ao outro. Tem até gente especialista em estudar os vários formatos de cristais de neve. Veja só o site Snow Crystals.
Resolvi fazer uma experiência: peguei uma pasta preta e peguei alguns flocos de neve: realmente dá pra ver que eles tem uns formatos super diferentes, formando cristais super complexos. Muito lindo! Mas como são muito pequenininhos, só mesmo no microcópio pra ver melhor (daí tive que pegar umas fotos "emprestadas" do site...
domingo, novembro 26, 2006
Thompson
Thompson é uma cidadezinha de 15 mil habitantes no norte da província de Manitoba (a 3a. maior cidade da provincia), perto do círculo polar ártico. A cidade nasceu por causa da mineração na década de 50. A maior parte da população da região é de aborígenes, que fazem parte das chamadas "First Nations" - os tão famosos "esquimós". Tem um idioma próprio muito interessante, o Inuktitut (caracteres silábicos, como esses aí do lado).
Minha estadia em Thompson foi curta - só 3 dias - mas foi uma experiência realmente interessante. Primeiro porque pela primeira vez pude realmente ver neve (muuuita neve!). Além disso pude vivenciar uma temperatura de -24 graus, com sensação térmica de -32... Olha que ainda é outono! No inverno chega a -40. (Acho melhor voltar lá só no verão...).
O lugar é realmente lindo. Mas pela que não pude ficar muito do lado de fora, porque a gente congela em poucos minutos.
Essa foto aí tirei na área perto da mina, onde fica a refinaria de Thompson. Não consegui tirar boas fotos da cidade porque eu saída do hotel antes das 8h e voltava depois das 17h, e não pegava luz do dia. Nessa época do ano eles tem muito pouca luz do sol, em compensação no verão amanhece às 4h da manhã, e só anoitece perto de meia-noite.
Definitivamente, meus padrões de temperatura mudaram depois dessa viagem. Cheguei em Toronto, estava uns 7 graus, e já estou achando um agradável sol de verão! :-)
quinta-feira, novembro 23, 2006
Tim Hortons
É o Starbucks daqui, um orgulho nacional, criado por um jogador de hockey famoso.
Tem um em cada esquina, em qualquer cidade do país - até aqui em Thompson, onde estou hoje (com -17 graus e muita neve...), todos estão felicíssimos porque abriu uma loja no final do ano passado.
O tempo todo vemos alguém com um copo de café, sempre do Tim Hortons. O pior é que o café de lá é desse tipo "chafé", só que nenhum brasileiro pode reclamar porque pega muito mal...
Até que eles tem uns bagels bem bonzinhos. Mas teve um dia que eu pedi um cookie de chocolate chips e, acreditem ou não, veio com gosto de camarão seco!! Não me perguntem como, mas estava mesmo - pedi para a menina que estava junto comigo provar e ela achou a mesma coisa!! Fiquei traumatizada, mas já viram que por aqui nem posso reclamar deles....
Vai um cookie aí? :-)
The Deep
Depois de uma "agradável" jornada de 12 minutos descendo em um elevador escuro com mais umas 40 pessoas, andei por um túnel (esse aí da foto, que é a única entrada/saída da mina), desci até o ponto mais fundo do lugar em uma pick-up, cheguei ao que o pessoal chama "the deep". Quem é claustrofóbico não entraria lá por nada nesse mundo. É muito interessante o desafio diário deles da logística de levar água e ar para garantir a sobrevivência das pessoas naquele lugar tão incomum, além dos suprimentos dos materiais normais para operação. E ainda tem a questão de garantir a segurança de tantas pessoas no caso de algum acidente, desmoronamento ou vazamento de gás.
Me impressionei também com a tecnologia envolvida numa operação dessas: eu entrei em um equipamento que faz furos para colocar explosivos e abrir novos túneis. Parece um video game! Ar condicionado, música ambiente, joysticks, tudo computadorizado para movimentar 2 enormes braços robotizados e fazer os tais furos.
Em tempo:
Sudbury é uma cidade a 400km a noroeste de Toronto, que basicamente cresceu por causa da mineração. A paisagem é realmente linda, com lagos por todos os lados, e lugares que parecem vindo de um filme de cinema. Pena que não tive muita oportunidade de conhecer melhor a cidade...
segunda-feira, novembro 20, 2006
Niagara Falls
O lugar é legal, mas dizem que quem conhece Foz do Iguaçu acha que aquilo não é nada demais. Mas como eu não conheço, achei bem legal. Niagara Falls fica a 1,5h de carro vindo de Toronto, fazendo fronteira com os US.
Depois segui de carro uns 20km às margens do Rio Niagara (pelo lado canadense) até uma cidadezinha linda chamada Niagara On The Lake. Uma paisagem linda de outono, casinhas que parecem de cinema, restaurantes charmosos e lojinhas para turistas. :-) Deve ser delicioso tirar umas férias lá, e esquecer da vida mergulhada na magia daque lugar...
Em falar em férias, eu deveria ter tirado férias na semana passada para descansar um pouquinho, mas isso está parecendo um sonho distante...
Toronto
Friozinho.... Estive uma semana no Brasil e cheguei hoje de manhã. Bem friozinho (-2C), mas amanhã fica pior, pois vou para o norte do país. Hoje fui às compras comprar roupa de "esquimó" para aguentar o frio de lá e não congelar.
Toronto é uma cidade realmente linda. Prédios modernos, trânsito organizado, pessoas simpáticas. O que me chamou atenção foram os caminhos subterrâneos aqui da cidade que ligam prédios, estações de metrô e shoppings, chamado PATH. São 27km de corredores embaixo da cidade, como um grande e comprido shopping: lojas, serviços, restaurantes, bancos, etc. É uma ótima forma de escapar do frio do lado de fora. O problema é que os caminhos tomam como referência os prédios e condomínios, e não as ruas, e fica muito fácil se perder já que os corredores não seguem uma linha reta - só mesmo com um mapinha nas mãos!
O cartão postal da cidade é a CN Tower - uma torre maior que o Empire States, de onde dá para ver a cidade inteira às margens do Lago Ontario. A subida no elevador panorâmico dá um frio na barriga, mas vale a pena. Tem até uma parte com piso de vidro, e você anda vendo a cidade a uns 500 metros embaixo dos seus pés.
Uma curiosidade é o aeoporto regional que tem às margens do lago. O check-in é no continente. Daí você sobe para uma sala de espera no segundo andar, entra por uma pontezinha em uma balsa e atravessa para o outro lado do canal nessa ilha para entrar no avião. Seria mais fácil construir uma ponte, né? :-)
segunda-feira, novembro 13, 2006
Outono em New York
Fez bastante frio - quer dizer, mais do que eu estou acostumada, e pouco se comparado ao que estava no Canadá. Aproveitei para fazer umas comprinhas, casacos quentinhos, boas promoções, incluindo uma bota para neve que parece de esquimó, de 20 dólares :-) - espero que realmente esquente o pé por esse preço!
Apesar de ainda estarmos no outono, as pistas de patinação no gelo já estavam funcionando. Resolvi me aventurar na patinação no gelo no la no Rockefeller Center, aproveitando que estava em uma cidade que ninguém me conhece.
:-)
Vendo de longe parece tão fácil, mas logo percebi que não é bem assim.... Pelo menos não tomei nenhum tombo! (mas como não me desgrudei da barra de apoio lateral, iria mesmo ser difícil cair). Mesmo assim, adorei!
sexta-feira, novembro 03, 2006
Novos ares (gelados!)
Na verdade, depois de colocar minha vida nos eixos, me mudar para o novo ap, criar uma rotina de vida - dieta e academia - acaba que falta um pouco assunto pra contar.
Mas depois de um bom tempo quietinha no Rio, ca estou eu de volta para a estrada. :-)
Essa semana tive uma reuniao em Houston, e depois eu iria para uma conferencia em Scottsdale (Arizona). Aproveitei para chegar mais cedo e passar o final de semana em New York com a Cynthia, que trabalha comigo - que chato, ne?
Nada mal para um final de semana...
Confesso que eu estou mal acostumada em viajar sempre a negocios, com a companhia pagando tudo. Para passar esses 2 dias la foi uma dificuldade para achar um hotel baratinho bem localizado. A cidade e' completamente inflacionada!! Hotel barato so' se fosse com banheiro coletivo, dai realmente nao da... :-)
No final acabamos pagando um pouco mais caro, mas como dividimos o quarto ficou mais tranquilo. Nada de restaurantes, so' sanduiche.
Alem de algumas comprinhas (porque ninguem e' de ferro), visitamos uma exposicao fantastica, a Bodies - The Exhibition, que estava na cidade essa semana. Esta exposicao apresenta a anatomia humana com corpos humanos de verdade, dissecados e conservados atraves de um processo especial. Vemos desde o esqueleto, orgaos, nervos, sistema circulatorio, etc. Apesar de ser engenheira, eu sempre adorei medicina, entao para mim foi uma experiencia maravilhosa.
(tadinha da Cynthia, que ficou super enjoada e passou correndo pela exposicao inteira).
Depois de 2 dias em NY tivemos uma reuniao em Houston (passei menos de 24h la), tive que cancelar minha ida para a conferencia de Scottsdale (sol, calor, piscina no hotel...) para vir para Toronto (congelando, trabalhando que nem uma louca)...
Eu vou passar um bom tempo aqui no Canada visitando alguns lugares por aqui, e espero ter tempo de conseguir manter o blog atualizado!
(sera' que alguem ainda acessa este blog??? ou sera que estou aqui "falando" sozinha??)
domingo, agosto 27, 2006
Faz tempo...
Notas rápidas:
- Voltei para o Brasil (definitivamente... até quando?)
- Fiquei praticamente 1 mês como home-less, com internet só no trabalho (que bloqueia acesso à blogs, orkuts e afins)
- Fiquei noiva na minha festa de aniversário! Com direito à pedido em casamento para os meus pais! Só não me perguntem ainda da data do casório...
- Na semana passada finalmente me mudei para um apartamento no Leblon - tá certo que é por temporada, mas para mim já virou "home sweet home".
- Pude finalmente guardar as malas e pendurar minhas roupas nos cabides! (quem viaja muito sabe da alegria de fazer isso de vez em quando...)
- Agora estou fazendo tudo a pé, ou de ônibus/metrô. Muito bom!! Pra quem sempre morou longe de tudo como eu, dependente de carro, estou AMANDO!!
Mas depois começa a cair a ficha que nem tudo é um paraíso...
Sexta-feira passada, 1:20h da madrugada toca o meu telefone. Era o filho do meu love, dizendo que o carro dele tinha acabado de ser roubado. Fui parar na delegacia com ele (primeira vez na vida), stress com seguradora, boletim de ocorrência, uma noite sem dormir, crise de enxaqueca...
E agora começo a pensar que tenho que voltar à realidade.... As coisas aqui estão complicadas... E o crime chega mais perto...
Onde/quando será que conseguimos nos sentir totalmente seguros???
(P.S. Ainda estou devendo as fotos do Kruger!)
sexta-feira, julho 14, 2006
Nomes curiosos
- Alegria
- Esperança
Mas os outros......
- Sabonete
- Castigo Número 1
- Alface
- Botina
- Tesoura
- Feijão
Imagina chegar em uma reunião e ser apresentada ao Sr. Sabonete e o Sr. Alface?!?!
Até me falaram de um engenheiro de segurança chamado Castigo Mentiroso!
Time to leave
Depois de quase 1 mês no Brasil tentando descobrir o que eu tinha (ainda acho que foi o tal "VANI"), estou em Maputo terminando o meu handover com o grupo que está assumindo as atividades de RH por aqui da nova fase do projeto, liderados pela Patty (que, apesar da malária logo na primeira viagem, já está firme e forte de volta ao trabalho).
Foram meses de muito trabalho, stress para cumprimento dos prazos, expectativas, viagens, inúmeras reuniões. Conheci pessoas maravilhosas, que me ajudaram nos momentos mais complicados (meus anjos da guarda que me adotaram por aqui), grandes colegas de trabalho de tantas nacionalidades, países e culturas diferentes que me acolheram por aqui e tornaram esse trabalho tão enriquecedor. Fora os jantares maravilhosos na casa do João Horácio e Maria Alberta (estou devendo um jantar no Rio para vocês!!!).
Saio daqui com uma sensação de dever cumprido, porque tenho certeza que ajudei muito por aqui (até fui homenageada na última reunião do projeto que participei esta semana!), cresci muito profissionalmente e pessoalmente. Dei o melhor de mim (e às vezes acho que até me dei demais, porque minha saúde foi embora...), mas AMEI tudo isso! Mas chegou a hora de passar o bastão, e partir para novos desafios.
Volto para o Brasil na semana que vem, para matar a saudade de pão francês, queijo minas, feijão preto, farofa, pão de queijo.... Colo de mãe, de vó, férias com meu love.... (estou precisando!!)
Com relação ao trabalho, passarei a cuidar da parte de políticas corporativas internacionais, além de cuidar interinamente da região da Asia e Oceania (mais viagens!!). Ou seja: continuarei a publicar meus posts por aqui, mas pelo visto vão ser de outros continentes...
Mas ainda tenho mais um post para fazer sobre a África: amanhã vou ao Kruger Park!
Novo blog
Na primeira viagem dela, fomos para aquele roteiro Johannesburg-Maputo-Nacala-Tete-Paris-Gabão. O papel dela era ser minha "sombra" para começar o handover dos trabalhos de RH aqui na Africa, me acompanhando em todos os lugares, reuniões, etc. Daí eu fiquei doente, e até isso ela me copiou (hahaha). Só que ela pegou malária.... Veja os comentários no blog dela... :-)
sábado, junho 17, 2006
"VANI"
Desde então tenho febre todos os dias, dor de cabeça, e só. Já fiz muuuitos exames, inclusive uma tomografia, e nada é encontrado. Acho que isso vai embora antes que seja diagnosticado!
Enquanto isso continuo "de molho", aproveitando o Brasil, aguardando que eu melhore para que eu possa voltar para concluir meus trabalhos por lá, já que estou com a minha volta definitiva para o Brasil prevista para 15/julho, se tudo der certo.
quinta-feira, maio 25, 2006
Nacala
Aquela região é de maioria muçulmana, muitas mesquitas espalhadas pela cidade (apesar de eu ter visto dois tempos da Igreja Universal).
A grande maioria das casas na cidade são muito simples, de sapê com telhado feito de palha. Não existe água encanada ou energia elétrica. As famílias saem cedo de casa para buscar água, colher alimentos (mandioca, abóbora, frutas) e buscar lenha e palha. As mulheres e crianças carregam bacias cheias e muito pesadas na cabeça por quilômetros, debaixo do sol forte, desde muito cedo (vi crianças de uns 2 anos de idade já carregando seus cestos na cabeça, ou mesmo carregando irmãos menores amarrados nas kapulanas).
Kapulanas são os panos que as mulheres usam como saias, e também para amarrar os bebês nas costas. As crianças ficam quietinhas, embaladas enquanto a mãe caminha em busca de água e alimentos, trabalha na pequena lavoura da família, ou enquanto cuida das outras atividades domésticas.
As praias são de uma beleza deslumbrante, águas cristalinas e calmas, grandes recifes de corais e bancos de areia que deixam a tonalidade da água azul clarinha.
Uma beleza quase que intocada - nas praias podemos encontrar facilmente grandes conchas, inteiras, na areia da praia.
E para quem gosta de frutos do mar, lá é o paraíso... Vejam só o tamanho dos camarões de lá! Isso não é uma lagosta, para quem duvidar... É um camarão mesmo. E os talheres e o prato são de tamanho normal (e não de sobremesa).
Quando eu estava almoçando no hotel passaram 2 rapazes carregando um marlim enorme, de uns 2 metros de comprimento, que tinham acabado de pescar. Pena que eu não estava com a máquina fotográfica na hora!
Doenças tropicais
Estrangeiros (como eu) por aqui não tem anticorpos para alguns virus considerados "simples" por aqui, e as coisas podem se complicar.
Desde domingo quando eu estava em conexão em Paris estou doente, piorei quando cheguei no Gabão, fui em um médico aqui em Libreville e ele disse que estava com todos os sintomas de malária - febre, dores no corpo, fraqueza, etc.
Fiz o exame de sangue e já comecei o tratamento específico de malária (segundo as médicas da empresa que estão me acompanhando um "tiro de canhão" para matar qualquer virus possível).
No final das contas o resultado do exame deu negativo para malária, apareceram alguns traços das bactérias que levam à febre tifóide, sinais de infecção, mas no final nada conclusivo. Resultado: estou "de molho" no hotel me recuperando me enchendo de remédios.
Estou bem melhor hoje, e viajo para Johannesburg neste final de semana para fazer uma bateria de exames só para certificar que não estou com nenhuma doença mais problemática.
Ninguém merece....
domingo, maio 21, 2006
Atualização
Para atualizar:
- Desde o último post já estive 1 semana no Brasil (entre Rio, Macaé e Minas Gerais), 1 semana em Johannesburg, depois fui para Nacala, depois Maputo, depois Tete, voltei para Maputo e agora estou em Paris a caminho de Libreville, no Gabão.
Finalmente comprei uma máquina fotográfica, e tirei muitas fotos para postar.
Tentarei escrever a respeito de cada lugar, com as respectivas fotos, ao longo da semana...
sábado, abril 22, 2006
Passeios
- No ultimo final de semana tivemos um feriado prolongado, como eu disse no post anterior, e meu love veio passar uns dias comigo, e foi otimo!
Fomos ao Lion Park, e chegamos bem na hora do almoco dos "bichinhos". Olha so esta foto desta leoa fazendo um lanchinho...
Aproveitamos para ver os filhotinhos no Cub World. Engracado que eles colocam os filhotes de hiena junto com os de leoes ate uma certa idade (convivendo super bem, brincando um com o outro), e so depois separam (provavelmente quando o instinto do leao comeca a despertar...).
Na segunda-feira fomos fazer um passeio muito interessante, no Cradle of Humankind. Entramos na caverna de Stekerfontein, 70m abaixo da superficie, com estalactites e estalagmites, corredores de 50cm de altura indo para debaixo da terra - meio claustrofobico, mas muito interessante! Nesta mesma caverna encontraram o famoso fossil do "Little Foot", com 3 milhoes de anos (e eh um esqueleto quase completo - esta ai na foto).
Para completar, fomos fazer um "late lunch" no Montecasino, que eh como um shopping Downtown melhorado. Parece uma cidadezinha europeia, com restaurantes, casinhas antigas. O teto eh pintado de azul com nuvens, entao parece que esta de dia o tempo inteiro. Muito lindo e agradavel.
Comentario: na entrada tem uma escada na lateral que vai para o "guarda-armas" (que nem um guarda-volumes) antes de chegar nos detectores de metal - e a maioria das pessoas que entravam no Montecasino iam direto para essa escada! Coisa de louco....
Voltei agora a pouco de Mocambique onde fui para umas reunioes. Estou indo para o Brasil na quinta-feira para uma visita rapida (vou ficar boa parte do tempo em Minas Gerais), e depois volto para mais um tour africano: Johannesburgo, Maputo, Tete (interior de Mocambique), Angola, Gabao, com uma rapida conexao em Paris a caminho do Gabao. Nada mau... :-)
segunda-feira, abril 10, 2006
Melville
Geralmente os restaurantes aqui ficam dentro de shoppings ou então em pequenos conjuntos comerciais cercados com grades.
Melville é o único lugar que encontrei até agora na cidade onde se pode andar à pé nas ruas! Restaurantes e barzinhos muitos legais, o clima muito agradável. Comi em um restaurante Tailandês muito interessante, com decoração linda, e tinha até uma oriental que fazia massagem nos clientes :-).
No domingo conheci finalmente Rosebank, onde tem uma mega-feira de artesanatos. Cada coisa mais linda que a outra, e com preços bem mais baixos que estas lojas que eu costumo comprar no aeroporto, na volta para o Brasil.
Esta semana será agitada: além das minhas milhares de reuniões (são quase 22h e eu ainda no trabalho, para variar...), meu love está chegando para ficar uma semana aqui, aproveitando os feriados da Páscoa e o Family Day, na segunda-feira. Depois colocarei as fotos aqui dos passeios que vamos fazer.
quinta-feira, março 30, 2006
Vida atarefada...
Na semana que vem passarei 3 dias em Maputo (Moçambique), e no final do mês de abril vou começar mais uma dessas viagens mais longas, passando por Moçambique, Angola e Gabão (mais uma vez).
A foto aqui embaixo é do Museu da Escravatura, em Luanda. É de lá que saíam os escravos comprados pelo Brasil nos navios negreiros...
E para não dizerem que nesse blog não tem bichos.... Olha que coisinha mais linda esse "lion cub":
segunda-feira, março 27, 2006
Lion Park
Chegamos meio-dia lá, exatamente a hora da refeição dos leões. Os caras do parque traziam uns pedaços enoooormes de carne (acho que eram vários bois e cabras em pedaços), e os leões corriam para pegar os maiores pedaços. E tinha briga e tudo! Muito interessante... A gente entra nos lions camps no nosso próprio carro, com as janelas fechadas. E eles ficam lá, a 1 metro da gente como se não estivéssemos lá.
Depois de ver muitos leões grandes foi a vez dos cubs (filhotes). Eu entrei numa parte onde tinham 4 filhotinhos que podíamos brincar e tirar fotos com eles. Uns fofos! Pena que minha máquina fotográfica não está funcionando. Tirei do celular, mas ainda tenho que comprar um cabo para passar as fotos pro computador.
Além de leões de todos os tamanhos e tipos (brancos, amarelos e outros com a juba preta), tinham girafas, hienas, chacais, antílopes, zebras... Uma experiência bem africana há 30 minutos de onde estou morando!
:-)
segunda-feira, março 20, 2006
I'm back!
Cheguei de volta a Johannesburg hoje de manhã. O vôo é muito cansativo, não consegui dormir nada.
Novas curiosidades daqui para não perder o costume: hoje vim do aeroporto conversando com o motorista que trabalha para a empresa aqui. Ele é de uma etnia chamada Xhosa. O idioma nativo deles é interessantíssimo, porque eles têm o que chamam de "click consonants" - por exemplo o Xh de Xhosa é falado com um estalo da língua no céu da boca. E tem vários tipos de clicks. Eu já tinha ouvido falar, já tinha visto gente tentando imitar. Mas hoje eu pude realmente ouvir um nativo do idioma falando. Interessantíssimo!
Além desse idioma ele fala outros 7, incluindo inglês, Afrikaans e as línguas nativas.
(aqui ser poliglota não é um diferencial... hehehe)
quinta-feira, fevereiro 16, 2006
Miradouro da Lua
Um país com belezas naturais exuberantes, mas sempre tem o constraste, há poucos minutos deste local...
A cidade de Luanda é inchada pelo pessoal que fugiu do campo por causa da guerra e veio para a cidade, criando esta grande comunidade sem infra-estrutura (sem luz, água, esgoto).
Existem projetos de investimento em regiões do interior do país que foram destruídas pela guerra para que essas pessoas possam voltar para lá. O país tem recebido muitos investimentos (parece que é o 5o. no mundo em recebimento de investimento), é um povo cheio de esperança e tem tudo para dar certo!
segunda-feira, fevereiro 13, 2006
Cabo Ledo
No domingo passamos o dia em Cabo Ledo, ao sul de Luanda. O lugar é simplesmente surreal! Falésias enormes, praias onde só se chega com carros com tração 4x4, ondas perfeitas (paraíso para os surfistas), rochas esculpidas pelo mar...
Na volta passamos no Miradouro da Lua. Tirei umas fotos especialmente para o blog, e depois vou postar.
No caminho vemos milhares de Imbondeiros, que é a árvore típica da região e presente em grande parte da África sub-sahariana (chamadas no Brasil de Baobás). São enoooormes, e sobrevivem mesmo com o clima seco, se destacando nas savanas.
(agora finalmente consegui colocar estes links com fotos da internet! - Adelia/Roberto: copiei a idéia de vocês...)
quarta-feira, fevereiro 08, 2006
Luto
Acabei de chegar no escritório (em Johannesburgo) e fiquei sabendo que a mãe de um amigo daqui do trabalho foi assassinada ontem em um assalto na casa dele.
Ela é de Moçambique, chegou na segunda-feira para passar uma semana com o filho, de surpresa. Ontem ele teve que trabalhar até mais tarde. Quando chegou em casa, encontrou a casa arrombada, a mãe morta, as luzes apagadas, só com a televisão ligada.
E hoje seria o aniversário dela.....
domingo, janeiro 29, 2006
Nyonié
Saímos no sábado de manhã, 1:05h de lancha pelo estuário, passando por uns rios totalmente intocados, somente com o mangue nas margens e florestas tropicais. Saltamos em um pequeno vilarejo (pequeno mesmo, umas 15 casas no máximo), somos recebidos por pick-ups que nos levam por uma estrada de terra e lama de uns 20km até chegar na pousada.
No meio do caminho nos deparamos com pegadas de elefantes que passaram por lá há poucas horas, e cruzamos o ponto exato onde passa a linha do Equador, indo para o hemisfério sul da Terra, passando por savanas e florestas lindíssimas.
A pousada é totalmente rústica, energia elétrica a base de gerador, quartos simples (com banheiros coletivos do lado de fora). No total éramos um grupo de 25 turistas, entre franceses, italianos, austríacos, um japonês e brasileiros.
A praia é totalmente selvagem, a água quente como no nordeste do Brasil, muitos siris pequenininhos e muitas toras de madeira nobre (estas toras são transportadas pelo mar, unidas por cordas. Em dias de mar agitado algumas de desprendem e vão parar nas praias da região).
Fizemos um "safari", mas na verdade só serviu para ver uns búfalos, um macaquinho de longe e uma cobra no meio da estrada - frustração, porque eu queria mesmo ver os elefantes.
No domingo, enquanto o pessoal da pousada acordava 5h da manhã para caminhar na floresta aproveitei para ficar na praia, no mar, vendo os golfinhos e curtindo o barulho das ondas e dos pássaros (sem ouvir vendedores de picoles, cerveja, etc como temos no Brasil...). Algo surreal.... A praia é maravilhosa...
Bom, resumindo: foi ótimo para sair da realidade de trabalho e recuperar as energias...
quarta-feira, janeiro 25, 2006
No Gabão
A cidade fica à beira do que eles chamam de "estuário", que parece a foz de um rio, que dali vai desembocar no mar depois de alguns quilômetros. A água é escura, então não existem boas praias por aqui. As melhores ficam mais distantes, já no mar aberto (mas ainda não tive oportunidade de conhecer...)
O país tem 1,2 Milhões de habitantes, sendo 500 mil na capital. 10.000 estrangeiros. Colonização francesa. Mais de 80% do país é coberto de florestas tropicais. A economia é baseada no petroleo (a maior parte) e depois na extração de madeira. Tem o mesmo presidente há 39 anos!
Existem cerca de 40 grupos étnicos (o maior deles é o Fang), inclusive com uma pequena população de pigmeus (que vivem no meio da floresta, isolados do resto do mundo). Dentre as grandes etnias existe uma certa rivalidade (tanto que temos que ter cuidado ao contratar empregados para trabalhar em um determinado grupo, para não gerar conflito por serem de etnias diferentes).
Os homens costumam casar com várias mulheres (o que é um sinal de poder). As famílias vivem em geral da caça e agricultura de subsistência. Vemos sempre as mulheres buscando lenha na floresta para cozinhar, carregando tudo em uma espécie de mochila feita de palha. E os homens voltando da caça satisfeitos, mostrando suas conquistas (macacos, veados e outros bichos que não soube identificar) e comemorando a base de "vin de palm", que é uma bebida alcóolica que eles tiram das palmeiras, meio esbranquiçada.
As pessoas utilizam muito os curandeiros, que usam ervas e raízes das florestas para tratar os mais diversos males, inclusive malária (que tem muito por aqui). Mas essas técnicas também são utilizadas para "trabalhos", tipo "voodoo": para recuperar um amor, ou punir alguém que fez algum mal. E já ouvi alguns casos de pessoas que foram alvos de um destes "trabalhos" e morreram em questão de poucas semanas. Ah! E tem também um veneno famoso que eles usam por aqui, feito a base de fígado de pantera!
(por via das dúvidas vou ficar bem longe disso... :-))
Aí está uma foto da primeira vez que vim ao Gabão, em uma estradinha de terra entre Okondjá e Franceville. O pôr-do-sol na África é impressionante...
sexta-feira, janeiro 20, 2006
Na Embaixada
Comentários:
- Aqui em Joburg a maioria dos vigias, porteiros, recepcionistas, etc são negros, e os cargos de maior nível em geral são preenchidos por brancos (ainda herança do Apartheid, problemas sociais, etc). Mas quando cheguei na Embaixada reparei que todos os empregados são negros (gaboneses) e os 2 vigias na entrada eram brancos (achei curioso!).
- O preconceito dos brancos contra os negros ainda é muito forte, mas "inibido". A pessoa que me levou na Embaixada em Pretoria era branca. Depois de me esperar por todo esse tempo, quando eu entrei no carro ela ficou reclamando "Monkeys, monkeys!", porque é inadmissível um atraso destes, e depois ficou relembrando a época de ouro quando se tinha o Apartheid, e os brancos podiam andar livremente nas ruas, era um país "como a Europa", todos tinham dinheiro, etc...
- Descobri através dessa mesma pessoa que a maioria dos jovens brancos de Joburg andam armados, devido à grande violência das ruas (como uma maneira de se proteger). E que essa mesma pessoa já foi salva pelo filho quando tentaram sequestrar o carro deles, dando vários tiros, e o filho que estava armado respondeu com mais tiros e os caras fugiram...
quinta-feira, janeiro 19, 2006
Carro / Gabão
Estou indo pro Gabão na segunda-feira. Ficarei uma semana sem Libreville (a capital) depois vou para o interior (Franceville, que fica ao sul, e Makokou, que fica mais ao norte). Para Makokou será a primeira vez que vou (é uma cidade muito pequena, e infra-estrutura precária). Várias horas de carro vindo de Franceville, em estrada de terra no meio da floresta fechada, passando pelas comunidades que vivem na beira das estradas. Será uma experiência interessante, que contarei nos próximos posts.
A logística das companhias aéreas aqui é uma loucura. Um vôo por semana (2a. feira) de Johannesburg para Libreville, com escala no Congo Brazzaville, e um vôo de volta (4a. feira). As outras opções são:
- Air Gabon (que está falindo, cancela os vôos em cima da hora e não faz manutenção dos aviões);
- Ir para Paris e de lá ir para Libreville (custa uma fortuna).
Vou acabar indo 3 dias antes do dia que eu realmente precisaria estar lá, e voltar 5 dias depois do término dos meus compromissos, só por causa da falta de vôos....
Se eu tivesse muito dinheiro, montaria uma empresa aérea aqui na África!!
P.S.: o Embaixador do Gabão não quer liberar meu visto - já está até com o selo no passaporte, só faltando a assinatura dele... Porque como brasileira eu em teoria deveria tirar o visto no Brasil. Resultado: tenho que ir até Pretoria amanhã pessoalmente na Embaixada para resolver isso...
segunda-feira, janeiro 16, 2006
Johannesburg
Os transportes públicos são raros e ineficientes (podem até existir, mas eu nunca os vi).
Os táxis não são confiáveis (sempre com o risco de você não chegar no seu destino), e custam uma fortuna.
A maioria dos prédios não tem entrada de pedestres - quem está a pé (como eu), tem que entrar pela cancela da garagem.
Não é seguro andar na rua a pé, muito menos sozinha. O crime é um problema seriíssimo por aqui, principalmente crimes violentos – então, não se pode dar bobeira...
Resumo do meu final de semana: entrei em casa na sexta-feira à noite depois do trabalho (vim de carona, porque não posso voltar sozinha pra casa), e só sai segunda de manhã.
E ainda não tenho internet em casa, e o telefone não está funcionando. Quando resolvi ir para a piscina do prédio, começou o maior temporal.
Fiquei assistindo filmes na TV – sorte que eu pelo menos tenho TV a cabo!
Pior que nem pedir comida em casa eu consegui ainda, porque a taxa de entrega é uma fortuna (quase o preço da refeição!) - Estou me virando com o que eu tenho em casa.
Curiosidades:
- Cada província tem pelo menos um idioma nativo (que eram dos povos da região antes da colonização), além do inglês e do Afrikaans. Ou seja, são várias línguas oficiais no país. Aqui em Johannesburg tem o Zulu, que é a que os negros falam entre si. O Afrikaans é uma língua meio parecida com o holandês arcaico (porque aqui foi colonizado por holandeses e depois pelos ingleses). -- Acho que é por causa destes idiomas que as pessoas daqui tem o inglês com sotaque tão carregado. :-)
- Os shoppings e supermercados fecham às 18h todos os dias. Acho que só restaurantes e cinemas ficam abertos até mais tarde. Até onde eu ouvi falar ainda é uma herança do apartheid, quando os negros tinham o "toque de recolher" às 19h.
- Pra quem não sabe, aqui o trânsito é com mão-inglesa... (vamos ver como me adapto...)
- As pessoas não têm costume de sair para almoçar nos dias de trabalho - todos comem sanduíche no escritório mesmo, e saem às 17h “Sharp” - só os brasileiros mesmo ficam até tarde da noite...
- É em Cape Town que fica o famoso Cabo da Boa Esperança (das nossas aulas de História do Brasil), e o Cape Point (o encontro dos Oceanos Atlântico e Índico). Lugares lindíssimos que vale a pena conhecer – recomendação para quem quiser fazer turismo por aqui.
sexta-feira, janeiro 13, 2006
Impressões
Estou na África pela 5a. vez. Já estive em Angola, Gabão, Moçambique e agora na África do Sul. Curioso, porque vim para a cá por conta própria 2 vezes antes de começar a vir a trabalho: em Angola em janeiro/2004, e na África do Sul em janeiro/2005 (Cape Town e Sun City), de férias - se eu soubesse teria esperado um pouco mais para não precisar gastar a passagem do meu dinheiro! :-)
Em Angola tive um primeiro choque:
Do avião você já vê uma cidade imensa, ruas de barro, casas feitas de tijolos de concreto e telhados de amianto, sem árvores (foto aí em cima, tirada da janela do avião)... Dentre as cidades e países que eu conheço, definitivamente Luanda é a mais caótica: prédios destruídos pelos 30 anos de guerra civil, muito lixo nas ruas, milhares de pessoas em situação précária de infra-estrutura de serviços, trânsito caótico. Naquele momento passei 15 dias convivendo com contrastes: condomínios maravilhosos, luxuosos, motoristas particulares nos Jeeps Prada, 4x4; quando saíamos do condomínio, nos deparávamos com a pobreza, miséria. Uma grande favela plana, que se estende por muitos quilômetros.
Quando estive pela primeira vez na África do Sul, primeiramente vi cidades maravilhosas, natureza exuberante, modernidade, porém, dentro da extensão urbana. Quando se sai da cidade, quilômetros e quilômetros de pessoas vivendo como os acampamentos do MST - barracos de lona, madeira, plástico. Um contraste social que impressiona.
A África é assim: um continente de diferentes culturas, povos, raças. Natureza exuberante, inexplorada, riquezas naturais, os "big five"... Porém uma terra com um grande histórico de conflitos, provocados pela irresponsabilidade dos países colonizadores, que dividiram povos, uniram em um mesmo território os rivais, o que gerou durante tantos anos guerras, destruição e miséria.
Mas o interessante é que quando saímos das grandes cidades, já "inchadas" e sofridas com o efeito favelização das tantas famílias que vieram em busca de oportunidades, temos a possibilidade ver cenas que de fato mostram a origem daquele povo, nos dando a chance de entender os seus valores, seu modo de vida.
E é isso que realmente faz a gente refletir: às vezes pensamos que ser "normal" é viver a nossa vida capitalista, ter o nosso trabalho, nossa família, ganhar nosso dinheiro para ter momentos de lazer, ter o sonho de conhecer a Europa e ver outras realidades de longe, mas sem nunca realmente entendê-las.
Mas tudo muda quando você passa por certas experiências, vendo que existem muitas maneiras de ser "normal", e o quanto é interessante entender as outras culturas, valores, modo de vida, e passar a ver as coisas de um outro ângulo.
Hoje posso dizer o quanto amo o meu trabalho, essa oportunidade de lidar com pessoas tão diferentes, e aprender tanto com cada uma delas.
(nos próximos posts poderei contar mais sobre cada lugar...)
Vida nova...
Eu não imaginava que era tão fácil... Eu sempre tive um certo preconceito com essa história de Blog. Achei que nunca teria paciência, mas resolvi tentar.
Hope you enjoy it!